Nidin Sanches/Folhapress
Presidente descreve ter sido vítima de choques elétricos e diz ter recebido socos no rostoTestemunho de 2001, segundo jornal, descreve passagem da presidente por porões de Juiz de Fora
Brasília. Documentos arquivados em uma sala do Conedh-MG (Conselho de Direitos Humanos de Minas Gerais), em Belo Horizonte, revelam torturas sofridas pela presidente Dilma Rousseff durante a ditadura militar (1.964-1985).
Até agora, só se sabia que Dilma tinha sido torturada por militares em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em depoimento de 2001, contudo, ela conta que também foi torturada em Juiz de Fora (MG), para onde foi levada em janeiro de 1972.
O testemunho, prestado a integrantes do Conedh-MG, foi revelado ontem pelo "Correio Brasiliense".
Segundo o jornal, durante a tortura os militares indagaram sobre um plano de fuga de Ângelo Pezzuti,
ex-líder do grupo Colina, no qual Dilma Roussef militou.
Ela descreve os tipos de tortura a que foi submetida, como pau-de-arara, choques elétricos e palmatória, e diz ter recebido socos no rosto. "Minha arcada girou para o outro lado, me causando problemas até hoje, problemas no osso do suporte do dente. Me deram um soco e o dente deslocou-se e apodreceu", relatou ela, de acordo com o jornal. "Só mais tarde, quando voltei para São Paulo, o [capitão Alberto] Albernaz completou o serviço com um soco, arrancando o dente."
A correção da arcada dentária foi uma das cirurgias a que Dilma se submeteu às vésperas da campanha presidencial de 2010.
"A pior coisa é esperar por tortura", diz ela no relato de 2001. "As marcas da tortura sou eu. Fazem parte de mim." Em 2002, Dilma recebeu indenização de R$ 30 mil pela prisão em Minas.
Em 2009, em nota sobre a indenização, a casa civil, então chefiada por Dilma Rousseff, cita sua prisão, mas não menciona torturas sofridas por ela. (FSP)
Resposta
Presidente não se manifesta
Brasília. Até a conclusão desta edição, a presidente Dilma Rousseff não havia se manifestado sobre o caso.
À reportagem o filósofo Róbson Sousa, que tomou o depoimento de Dilma em outubro de 2001, disse que ela chorou muito durante o testemunho. "Ela começou falando firme, até um determinado momento em que começou a relatar as torturas. Ela chorava e soluçava. Pedimos que ela bebesse água. Depois, interrompemos e dissemos que não seria necessário que ela desse mais detalhes." (FSP)
Síndico profissional João é legislador de convenção e regimento interno de condomínio.
Fonte: Jornal Agora segunda-feira, 18 de junho de 2012
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